sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Resenha | O menino do pijama listrado


“’Por que há tantas pessoas do seu lado da cerca?’, perguntou ele. ‘E o que vocês estão fazendo aí?’”

Você já pensou em ter a história da Segunda Guerra Mundial narrada por um menino de nove anos, filho de um comandante nazista, que não tem ideia do que ocorre do outro lado da cerca? É isso que te aguarda em “O menino do pijama listrado”.

Bruno, o “jovem rapaz”, percebe que sua vida começa a mudar depois de uma visita muito importante do, “Fúria” e da mulher loira em sua casa. Ele precisa mudar de casa, da tão querida casa em Berlim, e ir para uma casa não tão querida e nem bonita no campo.


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Título Original: The boy in the   triped pyjamas : a fable
Autor: John Boyne

Editora: Cia. das Letras

Páginas: 186

Para ler a sinopse clique aqui.

Lá ele não tem amigos e nem com quem se divertir, mas acaba encontrando algo que desperta seu interesse, e nos mostra que é possível nascer uma amizade nas circunstâncias mais inusitadas e com as pessoas mais surpreendentes.

O livro foi escrito por John Boyne em apenas dois dias e meio. E o livro pode ser lido nesse período de tempo também, posto que a leitura se dá de uma maneira muito leve e curiosa. Você se vê imerso no mundinho de um garoto de nove anos que está passando por um dos períodos mais turbulentos da História e nem mesmo se dá conta disso (ou eles não dão conta disso a ele). O narrador é em 3ª pessoa e ele sabe tudo o que Bruno pensa, por isso meu professor de Teoria da Literatura o chama (estranhamente?) dé  narrador com.

Eu tenho uma certa simpatia pela literatura da 2ª Guerra Mundial, embora isso não seja um tanto quanto saudável. Mas “O menino do pijama listrado” superou minhas expectativas e foi delicioso relê-lo. Reler uma história de amizade em meio ao caos.
Ah, e a capa do livro é uma delícia! 

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Resenha | Jogos vorazes


“Que a sorte esteja sempre a seu favor”

Minha história com a trilogia dos Jogos vorazes não poderia ser definida como amor a primeira vista. Na verdade nem tinha muita ciência da existência dessa trilogia, então minha mãe apareceu com o filme lá em casa e disse que era uma espécie de reality show onde os jovens tinham que se matar até restar um vencedor, e que a protagonista tinha se oferecido para entrar no lugar da sua irmã. Apenas isto instigou minha curiosidade e do resto eu fui atrás. Após ler a sinopse eu cheguei a uma conclusão: precisava urgentemente ler esses livros. E foi o que eu fiz.
 
Título original: The hunger games
Autor(a): Suzanne Collins
Lançamento: Junho de 2010
Editora: Rocco 
Para ler a sinopse clique aqui.
 
Jogos Vorazes nos insere no contexto da história: o país é Panem (onde se situava a América do Norte), um lugar pós-apocaliptico, que é divido em doze distritos e governado por uma cidade tecnologicamente avançada que é abastecida por produções diferenciadas de cada distrito, chamada Capital. Ano após ano são realizados os Jogos Vorazes, uma espécie de reality show onde cada distrito manda um casal de adolescentes (tributos), entre 12 e 18 anos, para disputar em uma arena até a morte, o último sobrevivente é o vitorioso. Os Jogos servem para “lembrar” a cada distrito que eles estão sob o jugo da Capital e só os resta obedecê-la.
Na septuagésima quarta edição dos Jogos o tributo feminino do distrito 12 é a pequena Prim. Sua irmã, Katniss, não suporta a ideia de ver sua irmã lutando nos Jogos e se oferece em seu lugar. É aí que a situação começa a complicar. Katniss não é apenas uma garota de 16 anos, mas sim uma sobrevivente nata que desde cedo luta com unhas e dentes pela sua sobrevivência e de sua família.
 O primeiro livro da trilogia é muito sangrento e tem cenas fortes, além de ser uma leitura muito intensa, onde cada capítulo termina de uma forma que você sente uma necessidade gritante de ler o próximo. É cheio de energia, ação e até mesmo um romance. Eu recomendo muito o livro e já que eu vi o filme após ler o livro, eu posso dizer: não assista ao filme. Ele meio que estraga a magia do livro. Um amigo me disse que os produtores do filme deveriam consultar os fãs antes de produzir o filme. Concordo muito com ele. Afinal, detalhes que muitas vezes passam despercebidos aos olhos dos produtores acabam sendo de suma importância aos leitores.
Leia Jogos Vorazes, principalmente se estiver precisando de um pouquinho de ação no seu final de semana. E, acredite, você não vai conseguir deixar de pensar no que pode acontecer nas próximas páginas.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Resenha | Ensaio sobre a cegueira


"A cegueira também é isto, viver num mundo onde se tenha acabado a esperança."

Para início de conversar quero deixar claro que não ousarei fazer uma resenha minuciosa a respeito da obra do vencedor do prêmio Nobel, José Saramago. Falarei da minha primeira experiência com esse grande autor que usa a pontuação como bem entende e faz isso de maneira admirável. Mas, antes de falar sobre a sua maneira “peculiar” de escrever, quero falar um pouquinho sobre o que achei da obra “Ensaio sobre a cegueira”.

O romance começa em um cenário normal. Um homem normal, dentro de um carro normal, com uma vida normal é acometido por uma cegueira anormal. De repente o mundo dele fica branco, como se estivesse mergulhado em “um mar de leite”. Ele se desespera e é socorrido por um pedestre que oferece ajuda. O homem o leva em casa, mas acaba por roubar seu carro. E acaba por ficar cego após certoperíodo de tempo. E quanto mais o tempo passa, mais pessoas são alcançadas pelo “mal branco”. O governo resolve usar uma medida energética e coloca, tanto os cegos, como as pessoas que tiveram contato com os cegos, em quarentena. Mas a mulher do oftalmologista se finge de cega e vai para a quarentena com seu marido, e inexplicavelmente ela não fica cega durante toda a trama. E lá se desenrola uma história de tirar o fôlego. Pelo menos o meu fôlego o Saramago conseguiu tirar.

A trama se desenvolve de uma maneira direta, o narrador se relaciona com o leitor e nós sentimos a agonia de estar em uma terra de cegos e não se sentir, nem de longe, o rei.  Parece que, por mais que queira falar sobre como me senti ao ler o livro, eu não consigo ter sucesso. É angustiante, intrigante, revoltante e irresistível. E, acredite, é quase impossível esquecer essa história. Ela trabalha muito o social, mostra que o mal, assim como o bem, está dentro de todo ser humano independente do estado dos seus sentidos. Esse romance fala sobre a ética, sobre a falta e a presença da humanidade, fala sobre a solidariedade, o afeto. Acho que não é novidade nenhuma dizer que Saramago foi impressionante e trouxe uma realidade assombrosa.



     Queria só pincelar sobre a maneira como José Saramago escreve. Assustou-me muito, de início, um Nobel escrever usando apenas ponto (.) e vírgula. Muitas pessoas se perdem nessa maneira Saramago de escrever. Mas a obra é tão envolvente que você acaba por se acostumar e até mesmo apreciar. Então, resolvi dar uma pesquisada antes de postar algo, e acho que não há ninguém melhor para explicar sua maneira de escrever do que o próprio Saramago. Aqui está um trecho do que ele disse em uma de suas entrevistas, no ano de 2004 numa entrevista ao semanário Expresso: “Era como se eu lhes tivesse a contar a eles a história que eles me tinham contado. E, como você sabe, quando falamos, não usamos sinais de pontuação. Temos pausas [de respiração] e até, como eu digo nos meus livros, os dois únicos sinais de pontuação, o ponto e a vírgula, não são sinais de pontuação, são uma pausa, uma pausa breve e uma pausa longa. No fundo, como também digo muitas vezes, falar é fazer música”.

Para saber mais sobre a escrita de Saramago clique aqui.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Resenha | Quem tem medo de escuro?


“Todo mundo fala do clima, mas ninguém faz nada a respeito”.

Falar da literatura do Sidney Sheldon é uma tarefa bem complicada, porque ele é simplesmente fantástico! Escreve de uma maneira que te prende e te incita a ler mais, sempre mais. Com esse livro não foi diferente, ele me manteve vidrada e eu li todo o livro em menos de 24 horas, ou seja, o livro é mais que bom. É uma obra prima.
       O livro trabalha com a questão climática mundial. A trama se dá em razão da frase, um tanto quanto clichê, mas que Sheldon soube tratar com brilho: “Todo mundo fala do clima, mas ninguém faz nada a respeito”. 
Sinopse completa do livro: Quatro pessoas morrem em circunstâncias diferentes em Nova York, Denver, Berlim e Paris. Entre elas, uma ligação: todas trabalhavam para a KIG, Kingsley International Group...   
A trama se inicia com várias mortes. Em Berlim uma mulher morre em plena luz do dia. Em Paris um homem pula da torre Eiffel. Em Denver um avião explode contra uma montanha. Em Nova York um corpo é encontrado às margens de um rio. A única ligação entre essas mortes é a empresa KIG, a qual eles trabalhavam.
       As viúvas de duas vítimas vêem os seus destinos entrelaçados quando decidem descobrir a autoria dos crimes e passam por situações eletrizantes. Durante o desenrolar da história outros personagens surgem e junto com eles uma empolgação surpreendente vinda do leitor, que consegue se sentir inserido da história.
       Sidney Sheldon me marcou novamente com uma história cheia de vida e trouxe à tona um tema social que tem a ver com todos nós. Mais uma vez me curvo de admiração diante de um homem que sabe escrever e sabe me envolver.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

É impossível

Eu li esse livro há uns 8 anos aproximadamente. E esse trecho me marcou profundamente, e para os amantes da literatura essa frase é uma verdade absoluta!

"É impossível fingir que está lendo um livro. Seus olhos irão traí-lo. Assim como sua respiração. Uma pessoa fascinada por um livro simplesmente se esquece de respirar. A casa pode pegar fogo, e o leitor mergulhado num livro só erguerá os olhos quando o papel de parede estiver em chamas." O Sr. Pip - Lloyd Jones

sábado, 18 de agosto de 2012

O sonho de uma flauta


"Sonho parece verdade, quando a gente esquece de acordar"

Quero falar de uma canção, ou melhor, de uma poesia cantada. Sonho de uma flauta está mais para uma poesia doce do que para uma música, posto que atualmente o conceito “música” perdeu muito da sua credibilidade. É muita onomatopéia (aquela figura de linguagem que imita sons, tipo: tchu, tcha, tcherere, chuá...) para pouca letra que traz alguma mensagem. Enfim, Sonho de uma flauta é uma canção da grupo O teatro mágico. Um primo me apresentou e desde então me apaixonei. Eles não são daquele tipo de grupo musical que você ouve para passar o tempo mas sim daquele tipo de grupo musical que você ouve para pensar, refletir, sentir a música e amar a letra! 
Essa canção foi baseada em alguns trechos do Hermann Hess (escritor alemão 1877 – 1962) e do Mario Quintana (poeta, tradutor e jornalista brasileiro 1906 – 1994). Um dos trechos que mais me chama a atenção é esse:

Descobrir o verdadeiro sentido das coisas
          É querer saber demais
          Querer saber demais

O autor deixa claro a limitação do ser humano perante alguns dos “segredos” da vida, isso me lembra muito um dos versículos que são usados para explicar o porquê de não sabermos tudo a respeito da vida, ele está em Deuteronômio 29.29a: “As coisas encobertas pertencem ao Senhor”.

Como eu disse no início “O sonho de uma flauta” é uma poesia cantada. E eu li e amei essa poesia. Espero que você sinta a música pulsar em sintonia com a razão e a emoção que estão dentro de você!
        Confira a letra da música na íntegra: Sonho de uma flauta - O teatro mágico





quarta-feira, 8 de agosto de 2012

De onde menos se espera



Hoje eu trouxe um texto muito interessante que eu "sem querer" achei no computador dos meus avós (sim, eles têm um computador). Esse texto eu escrevi no dia 12 de outubro de 2011, foi justamente na semana que eu tirei para relaxar antes da prova do ENEM. Fiquei uma semana inteira sem internet e sem contato com a matéria da prova, então resolvi escrever um pouco sobre alguma coisa que me chamasse a atenção. Eis que eu comecei, e segue um dos textos que eu escrevi e nem lembrava que havia escrito: 

"Ler... minha paixão. Acho que é uma das únicas coisas que faço realmente bem. Não tenho vocação com números e não me dou bem quando aprofundo em quase nada. Comecei com os desenhos, mas, acabou ficando chato. Depois resolvi tentar com o violão, mas, arranjos musicais não eram pra mim. Então, mudamos de cidade, ou melhor, voltamos para aquele lugar onde morávamos. Detestava aquilo, odiava mesmo. Lugar atrasado, justo quando eu começava a me dar bem com a escola, adorava os professores e eles me adoravam, a recíproca é tão linda... Mas, a realidade não teve pena de mim. Fui jogada em uma escola que sempre detestei, com professores que sempre me odiaram, (acho que porque eu não tinha o pedigree no sobrenome) onde eu era apenas mais uma por ali. Durante o primeiro mês foi tudo horrível mesmo.

Só que as coisas começavam a mudar lentamente, por que antes a menina dos meus olhos era a matemática, adorava os números e as operações, eu simplesmente amava aquele universo, mas, quando você tem uma professora que não sabe te ensinar e que só complica a sua vida, bom, aí as coisas não parecem ser boas de verdade. Você começa a enxergar que aprendeu tudo de maneira superficial. Porém, me tiraram uma coisa muito importante, mas me deram outra em troca: AS LETRAS. Nunca fui fã de carteirinha de português, eu até simpatizava, mas só nos livros mesmo, nas histórias, porque nenhum professor de português se importava muito com a leitura, pelo menos até aquele dia. Ela, a professora que eu detestava no início da terceira série, ressurgiu das cinzas da minha memória. Logo pensei que iria começar o martírio todo de novo. Mas, daí a surpresa: ela estava totalmente mudada! Algo tinha acontecido na vida daquela mulher e finalmente eu seria agraciada com o poder das palavras. Parece até aquelas histórias de milagres, se bem que foi assim mesmo porque foi das aulas dela que eu extraí a essência linda e doce do português, das palavras, da arte de emocionar com as letras.
http://4.bp.blogspot.com/-V3RnMbtIoQ0/UCLA-lrijUI/AAAAAAAAAJY/7FC16pHYmaw/s320/563392_360708227334635_884917795_n.jpgEla trouxe pro meu mundo uma maneira boa de estudar português: lendo. Aaaah, era justamente o que eu mais queria: ler, ler e ler. Claro que tinha a gramática, mas com ela ficava mais fácil, mais suave e menos cruel. A gramática era apenas um adicional que servia só pra me ajudar. Com o passar do tempo nos tornamos ávidas amigas leitoras, eu passei a emprestar livros a ela, e conversar sobre livros com ela. Recebi vária recomendações literárias que continham histórias que estão dentro de mim até hoje, histórias que me marcaram e emocionaram. E, a luz veio de onde eu menos esperava."