quarta-feira, 25 de julho de 2012

Salve, salve escritor


Hoje, dia 25 de julho de 2012, é o dia do escritor. Um blog que fala sobre livros e coisas escritas não poderia deixar de prestar a sua homenagem a tais pessoas tão incríveis como os escritores. Para tal tarefa resolvi deixar o meu depoimento sobre como os livros mudaram a minha vida (sim, eles realmente mudaram) e foram o canal de muitas oportunidades.
Eu considero o ano de 2004 um ano bipolar. Ao mesmo tempo em que foi um péssimo ano ele também se mostrou como um ano de descobertas. Em 2004 eu tinha dez anos e não muitos amigos. Meus pais saíam para trabalhar cedo e eu ficava basicamente sozinha em casa. A minha irmã, na época com 4 anos, ficava na casa da minha avó, porém eu sempre gostei de ficar na minha casa com as minhas coisas. Logo, eu vivia uma vida a sós comigo mesma.
O papel sempre me fascinou. Não sei explicar o porquê de tal fascinação, mas minha mãe conta que eu raramente brincava de casinha ou boneca, quase sempre era de vendedora, professora ou escritório,ou seja algo que envolvia papel. Voltando ao ano de 2004, eu me sentia muito só e me decidi por fazer algo de que eu já gostava. Resolvi dedicar todo o meu tempo livre à leitura.  E foi aí que a verdadeira história de amor começou: Giovana e os livros.
Eu comecei a me empenhar na leitura no mês de maio, e até que a biblioteca da escola fechou em dezembro eu li cerca de 60 livros. Não eram livros enormes, de 300 páginas por exemplo, mas eles sempre tinham mais que 100 páginas. Eu não estava passando por uma boa fase na escola, a minha professora não era das melhores (na verdade ela era A PIOR) e eu não gostava muito das pessoas que estudavam comigo (só gostava de algumas unidades).
Mas, foram os livros que se mostraram verdadeiros amigos. Cada semana eu conhecia um amigo novo, conhecia um lugar diferente. Às vezes esse lugar estava no mapa, às vezes só na minha imaginação.  Alguns personagens eram humanos, outros eram fruto da imaginação do escritor e com um toque especial da minha imaginação. Alguns tinham a minha idade, outros eram muito mais velhos. Alguns me fizeram sorrir, outros me fizeram chorar. Alguns se tornaram heróis para mim, outros se tornaram os malvados mais queridos.
Em resumo, o ano de 2004 não foi o melhor da minha vida, mas com certeza devo muito àquele ano. Foi em meio a tantas dificuldades que eu descobri o verdadeiro valor da leitura. E acredite ou não, isso reflete até hoje na minha vida. Isso refletiu até na escolha do meu curso superior: Letras. Quero a literatura. Quero entender o que se passava na cabeça de tantos escritores ao escrever suas obras. Quero entender o impacto disso na sociedade. E quiçá, quero emocionar ao menos um leitor, como tantos escritores conseguiram me emocionar.
A vocês, escritores, o meu muito OBRIGADA! Por todas as emoções que vocês fizeram, fazem e ainda farão essa moça aqui sentir. Vocês abriram as portas da minha imaginação e me livraram de entrar em depressão. Foram nas suas histórias e personagens que eu achei conforto, diversão e abrigo. Suas criações foram meus amigos durante muitas tardes. Graças a vocês, escritores, hoje eu sou apaixonada pela leitura e acho que é ela que proporciona, além de muito lazer, um nível de cultura e aprendizado muito acessível a qualquer a distância de um virar de página! 

terça-feira, 24 de julho de 2012

Resenha | Um dia

"“O negócio era ser corajosa e ousada e realizar alguma coisa”, pensou consigo mesma. Não exatamente mudar o mundo, só um pouco à sua volta. Sair por aí com o diploma com honras de primeiro lugar em duas matérias, muita paixão e a nova máquina de escrever elétrica Smith Corona e trabalhar duro em... alguma coisa. Mudar a vida das pessoas através da arte, talvez. Escrever coisas bonitas. Agradar aos amigos, continuar fiel aos próprios princípios, viver plenamente, bem e com paixão." Trecho de Um dia - David Nicholls

Resolvi fazer minha primeira resenha má! MUA-HA-HA. Por incrível que pareça eu li o livro "Um dia" e não achei ele maravilhoso, apaixonante ou extremamente lindo e emocionante. É claro que cada um tem seu gosto e sua opinião. Recomendo que leiam o livro e tirem as suas próprias conclusões. 

Sinopse: Dexter Mayhew e Emma Morley se conheceram em 1988. Ambos sabem que no dia seguinte, após a formatura na universidade, deverão trilhar caminhos diferentes. Mas, depois de apenas um dia juntos, não conseguem parar de pensar um no outro. Os anos se passam e Dex e Em levam vidas isoladas — vidas muito diferentes daquelas que eles sonhavam ter. Porém, incapazes de esquecer o sentimento muito especial que os arrebatou naquela primeira noite, surge uma extraordinária relação entre os dois. Ao longo dos vinte anos seguintes, flashes do relacionamento deles são narrados, um por ano, todos no mesmo dia: 15 de julho. Dexter e Emma enfrentam disputas e brigas, esperanças e oportunidades perdidas, risos e lágrimas. E, conforme o verdadeiro significado desse dia crucial é desvendado, eles precisam acertar contas com a essência do amor e da própria vida.

Mas, deixe-me falar um pouco da história a começar pelo título. O livro se chama "Um dia" porque ele descreve um dia na vida de Emma e Dexter durante 20 anos, e esse dia é 15 de julho do ano de 1988. Eles se conheceram na última festa dos formandos.
Algumas dias a partir daí são felizes, outros tristes e melancólicos, outros eles nem se encontram. Mas sempre pensam um no outro. É um livro interessante no quesito contexto. O livro relata aquele período pós-universitário, onde cada um sai da universidade com toneladas de sonhos na bagagem. Emma sonhava em ser uma escritora de sucesso e mudar as pessoas com a arte, Dex nem sabia ao certo o que desejava. Mas os anos se passaram e eles viram que nem tudo o que sonhavam era tangível. E acabam caindo na realidade. 
A narrativa é muito interessante, é na 3ª pessoa e o narrador é onisciente. Até gosto de narrações assim, mas o que eu gosto mesmo é de narrador na 1ª pessoa. Eu gosto de tomar partido, ou seja, não gosto de imparcialidade.
Eu esperava uma história mais impactante. É um romance água com açúcar (e olha que eu gosto desse tipo de história) e com um final previsível. O livro também foi transformado em filme, mas eu não sou do tipo que ama filmes que foram inspirados em livros. Eles sempre me decepcionam (os filmes). Cortam partes incríveis e mudam o final. Talvez o filme pode nos surpreender, não é mesmo?
Para dizer a verdade eu até estou esperançosa a respeito do filme. É a Anne Hathaway que interpreta a Emma e eu curto muito a interpretação dela. E não ouso arriscar mais falando de cinema, porque apesar de amar filmes, eu não sou nenhuma crítica cinematográfica. 
Encerrando, o livro até me deixou várias lições interessantes. Como por exemplo, sonhar com os pés no chão (mas sempre sonhar) e valorizar as pessoas que já arrancaram pelo menos um sorriso do nosso rosto. 
Abraços galera.


Giovana Berbert