sexta-feira, 24 de maio de 2013

Filme | O fabuloso destino de Amélie Poulain


"Então, minha querida Amélie, você não tem ossos de vidro. Pode suportar os baques da vida. Se deixar passar essa chance, então, com o tempo seu coração ficará tão seco e quebradiço quanto meu esqueleto. Então, vá em frente, pelo amor de Deus."

Arrisco dizer que a maioria dos que assistiram a essa obra de arte concordam que esse filme incrível e inefável (que não tem descrição pois é muito belo)! Se você assistiu e não gostou tem que ter uma justificativa muuuuuuuuuuito boa, pois este filme é O filme! 
Agora, depois de ficar enchendo-o de elogios, falemos um pouco do filme. Ele foi lançado em 2002, e é francês, o que dá todo um charme à obra, com aquele sotaque parisiense gostoso! Mas, vamos à história: Amélie Poulain vivia com sua família, mas resolve mudar-se para Paris e trabalha como garçonete. Ela leva uma vida pacata e normal, visita o pai aos domingos e só. Mas no dia fatídico, no qual a Lady Di morreu, a tampa do perfume bate em um ladrilho do banheiro e revela uma caixinha de recordações do antigo morador. Decidida a achar o dono daquela relíquia ela sai em busca do dono, prometendo a si mesma que se ele se emocionasse com a recordação da infância, Amélie dedicaria-se a intrometer-se na vida dos outros para fazer pequenos gestos que gerariam o bem nos corações. Caso ele não se emocionasse, azar. 
E a beleza do filme está nesses pequenos gestos, nessas pequenas cenas, como a tampa do perfume que gerou todo o enredo. Por exemplo, no início do filme o narrador (uma coisa que adoro em filmes são esses narradores que não conhecemos mas que nos põe à par de tudo, é lindo e poético!) nos diz o que alguns dos personagens gostam e não gostam, e são coisas tão simples, como "não gostar de fazer xixi com alguém perto" ou "dar brilho no assoalho com pantufas". De repente parece que as escamas caem dos olhos e percebemos que temos pequenas preferências que fazem sentido na nossa vida e no humor! É tão relaxante mergulhar os dedos em um pacote de grãos, não é? E eu nunca havia pensado nisso... 
Mas, durante a trama, Amélie sente falta de um amor, e o amor acaba surgindo, mas... será que ela o agarrará com todas as forças, ou abrirá mão para continuar ajudando SÓ aos outros sem preocupar-se com a própria felicidade? Enfim, confira o filme pois é excelente!
A trilha sonora merece um destaque especial pois é encantadora! Digamos que o filme seja considerado uma obra redonda, sem arestas e divino!
Aqui, coloco uma das minhas cenas preferidas, que eu definiria como: o ciclo do amor (O medo. O fascínio. A entrega.). Filme esplêndido, singelo e doce e com uma boa pitada de reflexão!

terça-feira, 21 de maio de 2013

Resenha | Virgens suicidas

"Soubemos, afinal, que as garotas são na realidade mulheres disfarçadas que compreendem o amor e até mesmo a morte, e que a nossa tarefa era apenas gerar o barulho que parecia fasciná-las."

Uau! É apenas o que tenho a dizer sobre este livro impressionante! Mas, incrivelmente, não é uma história macabra. Estranho, não? Provavelmente a minha reação ao ler o título foi idêntica a você, leitor, pois eu pensei em um suspense-meio-terror sinistro que faria com que eu ficasse com uns pensamentos estranhos na cabeça... Não posso negar que a história é realmente marcante, não sei se conseguirei esquecê-la, principalmente pois tenho minhas hipóteses sobre este mistério dos suicídios! Então, vamos saber mais um pouquinho da história? 
O tempo é a década de 70. O espaço é um subúrbio dos EUA. As personagens principais são as cinco Lisbon. São cinco garotas loiras e bonitas e misteriosas. Elas são filhas do professor de matemática do colégio, obviamente o sr. Lisbon, e da sra. Lisbon, uma dona de casa um tanto quanto severa. As coisas começam a dar "errado" quando a caçula tenta suicídio na banheira, porém ele não obteve "sucesso" na empreitada, portanto tenta novamente, mas dessa vez ela se foi. A partir desse trágico episódio as coisas começam a piorar drasticamente na casa dos Lisbon. Mas o clima toma um ar de maior mistério e a história não se torna macabra pois o ar sereno se dá pela narração. A narração tem um papel importantíssimo em uma trama, o exemplo de "Virgens suicidas" é excepcional, afinal o enredo tem tudo para ser apavorante, mas os meninos do bairro, que são os narradores (não todos, mas um que não se identifica), tratam a história com a importância e o mistério que merece, porém com a visão que tinham da situação no presente da narrativa e não no presente deles, pois já são adultos que relembram, cerca de 20 depois, a tragédias das meninas Lisbon. 
Nossa, não tenho como definir esse romance. Mexeu comigo, fez-me parar a minha rotina louca de universitária e investir um tempo nessa leitura prazerosa do primeiro livro do Eugenides. Desde que entrei na UFV não tenho tido muito tempo para ler por prazer, apenas as leituras obrigatórias, mas compartilhar da interrogação dos meninos me fez sentir que valeu a pena. Achei interessante as várias retomadas à Antiguidade clássica (um tempo que me fascina) que o narrador fez, como comparações, não são muitas, mas são perfeitas. Saí intrigada dessa leitura, no sentido bom da palavra. Eu criei mil hipóteses, tomei as dores das meninas e refleti sobre a vida feminina como um todo, senti que nós mulheres somos fortes e ao mesmo tempo sensíveis, somos uma grande e eterna dúvida para a maioria dos homens e creio que é esse o grande sentido do universo feminino: o mistério. 
Ah, essa capa ao lado é a da última edição, uma capa muito bonita por sinal. E leia aqui a sinopse do livro.
Assisti ao filme, de 99. Uma ótima produção, fiel ao livro na medida do possível, mas senti que faltou algo, que sempre sinto, então não é novidade! Deixo com vocês o trailer do filme e espero que tenha persuadido vocês a lerem essa obra incrível. Eu li e amei de verdade!  
 Aqui vai o trailer, sem legenda pois não achei nenhum legendado, mas dá para ter uma ideia do filme!