"Mamãe me deu mãos mágicas" (Adam - criança surda do filme)
Nota: Antes de começar essa RESENHA eu quero deixar claro que eu não sou contra e nem a favor do
implante coclear. Esta não é uma explicação do que se trata esse
procedimento médico, do qual eu não estudei e nem sou 'técnica', logo não posso
afirmar nada acerca dele. Este texto é uma humilde
resenha de um FILME que eu
assisti, e, por se tratar do gênero resenha, contém minha opinião ao decorrer
do texto. Obrigada (:
Eu
ainda não manifestei no blog o meu interesse pelo mundo dos surdos, que envolve
não apenas a Língua (sim, é LÍNGUA e não linguagem, pois contém uma estrutura
gramatical, não são apenas mímicas), mas também toda a cultura dos surdos. Vou
falar resumidamente de como meu interesse surgiu.
Conheci
a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) em uma igreja batista em Manhuaçu, minha
cidade natal. O ministério se chama “Surdos mãos santas”, e desde então me
apaixonei, pois achava (ainda acho) lindíssima a comunicação por meio das mãos
E da expressão facial, pois é muito sincera. Não entrei em nenhum curso, porém
a paixão ficou dentro de mim. Quando fui para Viçosa me deparei com a
LIBRAS,novamente em uma igreja batista. O ministério de surdos se chama
“Falando com o Pai”, mas dessa vez entrei em um curso da igreja e agora me
envolvi com o CELIB (Curso de Extensão
em LIBRAS) que fica no Departamento de Letras da UFV. Cada dia fico mais e mais
admirada com esse mundo totalmente novo que é o mundo dos surdos! É lindo,
realmente lindo como eles encaram a vida e os relacionamentos.
Agora, vou falar um pouco
sobre esse filme que minha mãe apareceu nesse final de semana. O “Nada que eu ouça” (Sweet Nothing in My
Ear) narra uma difícil decisão de um casal, Laura (surda) e Dam (ouvinte), em
deixar ou não que o filho deles, Adam (surdo), passe por uma cirurgia de implante
coclear. Nota-se no filme que a família é totalmente adaptada às
necessidades dos surdos: a campainha é através da iluminação; o telefone é
visual. Tais adaptações (ou seria totalmente normal para a família, afinal a
surdez é uma deficiência ou diferença? É uma pergunta retórica, e depende da
opinião de cada um) tornam a vida da família muito mais simples, e claro, a
comunidade surda na qual eles vivem, ou seja, amigos surdos ou que conhecem a
Língua de Sinais e o emprego no qual Laura trabalha com crianças surdas.
O
pai do Adam considera que ouvir é algo essencial ao filho, ele quer de coração
que seu filho ouça. Dam quer dar ao seu filho o prazer de ouvir uma música, uma
sirene, o prazer de ser “normal”. Já Laura, considera a cirurgia arriscada e
desnecessária, pois seu filho não é deficiente e acredita que ele deve
aceitar-se como é e ser feliz assim. Opiniões são divididas acerca do implante
coclear e é o drama de muitas famílias. Não me arriscarei aqui tentando esboçar
alguma opinião acerca da cirurgia, tal decisão cabe aos pais e deve ser
decidida com ajuda de um profissional. Mas, posso opinar já opinando? É bom
olhar para os dois lados da moeda: procure um médico, mas procure uma
comunidade surda também! Extremos nunca são saudáveis... Questione um médico,
questione um surdo.
O
filme me questionou: é
possível ser feliz como somos?
O
filme produziu em mim empatia:
e se eu estivesse no lugar dos pais? O que eu faria? (Eu já sei o que eu faria,
mas eu tenho minha história de vida e você tem a sua, assista o filme, estude o
assunto, ambos são ricos!)
Gostei
muito do filme e o recomendo, e claro, procure também informar-se sobre o mundo
dos surdos, você não vai se arrepender, e acredite, só no Brasil são cerca de 5.750.810 pessoas que possuem
uma dificuldade permanente em ouvir. A inclusão ainda não é uma realidade, e
creio verdadeiramente que a informação é um dos maiores remédios contra o
preconceito. Ainda postarei mais coisas sobre a surdez aqui no blog, pois é um
assunto que me enche os olhos.
Só
para reforçar: este texto, que escrevi com todo o carinho do mundo, é só uma
resenha. Não estou fazendo apologia contra o implante ou a favor dele. Mas a
inclusão é minha bandeira! E, engana-se quem pensa que a LIBRAS não é uma
OPORTUNIDADE! Para muitos ela é a melhor coisa que já lhes aconteceu.
P.S.
A protagonista é a linda atriz Marlee Matli, surda desde os 18 meses de
idade.
Este
é o trailer, para ver legendando é só clicar no ícone que parece um bloco de
anotações e traduzir a legenda para o Português:
Gostei muito de seu Blog, saiba que ele me está ajudando a fazer um trabalho na faculdade sebre libras. Muito Obrigado ....Walter
ResponderExcluirQue bom que você gostou :) Fico feliz. É melhor não citá-lo em seu trabalho de faculdade, hehehe, se você precisar eu te mando alguns artigos e textos bem legais que você pode usar como base teórica. Volte mais vezes :D
ExcluirManda pra mim por favor
ExcluirSeus leitores estão com saudade dos textos. Volta logo :)
ResponderExcluirEsses meus fãs... ts ts ts. Voltei meu amor, uma passada rápida para registrar um dia importante :D Obrigada por me incentivar sempre. Te amo!
ExcluirEstudo LIBRAS. Parabéns. Diversos filmes sobre o tema, ou de reflexão sobre a cultura surda. Comunicar-se com as mãos e expressões faciais é realmente maravilhoso.
ResponderExcluirA cultura surda é algo protegido por lei, de forma constituída e certa. Acredito que os intérpretes poderiam desempenhar um papel fundamental na transposição didática dos assuntos relativos a Educação Básica e, ainda, ao nível médio. A imposição como disciplina obrigatória abre um precedente para as quase 6.000 prefeituras do Brasil deixe o intérprete desempregado, e a perda seria grande para a cultura surda. Para ser intérprete o surdo cursa o ensino superior em letras, e assim mais uma vez ... da cultura surda se subtrai chances importantes de conquistar uma vaga específica constitucionalmente dada a eles. Mais uma vez a lei foi feita para não ser cumprida nesse país que se chama Brasil!
ResponderExcluirObrigado pelos esclarecimentos ajudou a compreender mais sobre o processar da exclusão dos que portadores de necessidades especiais, uma realidade extra nas salas de aula.
Valdemiro (Décimo período em L. Ciências Biológicas) :-)
A cultura surda é algo protegido por lei, de forma constituída e certa. Acredito que os intérpretes poderiam desempenhar um papel fundamental na transposição didática dos assuntos relativos a Educação Básica e, ainda, ao nível médio. A imposição como disciplina obrigatória abre um precedente para as quase 6.000 prefeituras do Brasil deixe o intérprete desempregado, e a perda seria grande para a cultura surda. Para ser intérprete o surdo cursa o ensino superior em letras, e assim mais uma vez ... da cultura surda se subtrai chances importantes de conquistar uma vaga específica constitucionalmente dada a eles. Mais uma vez a lei foi feita para não ser cumprida nesse país que se chama Brasil!
ResponderExcluirObrigado pelos esclarecimentos ajudou a compreender mais sobre o processar da exclusão dos que portadores de necessidades especiais, uma realidade extra nas salas de aula.
Att Valdemiro (Décimo período L. Ciências Bio) Magé-RJ
Olá Giovana, sou natural de Lajinha, perto de Manhuaçu, sua cidade. Estou há 20 anos em Viçosa e faço libras CELIB. Parabéns pelo blog. Deus abençoe sempre!
ResponderExcluirMUITO BOA A SUA OPINIÃO SOBRE O FILME
ResponderExcluiramei o filme,expetacular nao importa o indiomas que falamos todos merecem respeito,igualdade e qualidade de vida.
ResponderExcluirboa noite ,agora nesse momento irei apresenta um seminário com esse tema muito polemico tanto na comunidade surda como ouvinte .Mas e mt complicado si posicionar sobre
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