terça-feira, 20 de novembro de 2012

Resenha | A guardiã da minha irmã

Na minha vida, no entanto, o prédio estava pegando fogo, uma das minhas filhas estava lá dentro... e a única oportunidade de salvá-la era mandar minha outra filha, porque ela era a única que sabia o caminho. Eu sabia que estava correndo um risco? Claro. Eu sabia que talvez isso significasse perder as duas? Sim. Eu entendia que talvez não fosse justo pedir que ela fizesse isso? Sem dúvida. Mas eu também sabia que era a única chance que eu tinha de ficar com as duas. Foi legal? Foi moral? Foi uma loucura, uma tolice, uma crueldade? Não sei. Mas sei que foi o certo.


Como resenhar um livro pelo qual eu me apaixonei? A questão aqui não é ter se apaixonado por um personagem, mas sim pela história como um todo. Como falar de um livro que mexeu comigo como jamais outro fez? Como falar de um livro que me encheu os olhos de lágrimas, embaçando assim minha visão ao lê-lo?
Essa é uma história de amor, mas um amor sublime: o amor de mãe. O amor que sabe ir até as últimas conseqüências em prol da vida de um filho, o amor que não sabe discernir se os limites da ética foram ultrapassado, apenas para tentar salvar um FILHO. O que mais me tocou foi saber que minha mãe faria tudo aquilo pelas filhas dela. Moveria o céu se fosse preciso, simplesmente pelo fato de que nos tornamos a vida dela. 
Kate viveu por cerca de três anos uma vida saudável, até que foi diagnosticada com leucemia, o que muda a vida de toda a família. Até que Sara e Brian decidem ter um outro filho, um bebê de proveta, feito sob medida, para tentar salvar a vida de Kate. Esse bebê é Anna, que desde cedo mostrou tamanha coragem para enfrentar a vida na qual ela foi “designada”.
Porém, após 13 anos de luta contra a leucemia de Kate, Sara tem de enfrentar uma luta muito maior do que talvez esteja preparada. Agora não é mais nos hospitais. É no tribunal. Reclamante: Anna. Ela está pedindo emancipação médica, ou seja, ela não quer mais que seus pais decidam sobre o que irão tirar do seu corpo. Ela quer decidir por si própria se quer ou não ajudar sua irmã. Isso foi um golpe forte demais para Sara. 
O advogado que defende Anna é Campbell, que tem uma história de amor não muito simples (afinal, qual história de amor é simples?) com a curadora ad litem Julia. Um romance que nos deixa intrigados e ao mesmo deslumbrados. Tem também o Jesse, irmão das meninas, um típico jovem deliquente que só quer adquirir a tão sonhada visibilidade, em uma família que se vê devastada por tantas necessidades conflitantes entre seus membros.
Esse livro é uma verdadeira obra de arte, uma história inesquecível e bela. Bela por si só. E acredite, você pode até ter visto o filme, mas o livro(com destaque para o fim) é simplesmente surpreendente. É uma história que levarei para sempre comigo... 
 Deixo com você o trailer do filme, no orginal "My sister's keeper" e no Brasil se chama: Uma prova de amor. A produção do filme é fantástica e os atores perfeitos (a maravilhosa Cameron Diaz e a linda Abgail). Mas eu ainda fico com o livro! 




        



segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Resenha | Cem anos de solidão

     Mais uma resenha de um Prêmio Nobel da Literatura! Gente, mais uma vez eu digo: minhas resenhas são muito pessoais, e eu sou uma leitora muito novinha, então não me arrisco em críticas da obra e muito menos do autor, então, isso aqui é mais um relato de experiência na leitura do que uma resenha crítica em si. Espero que me compreendam.
   Esse livro não foi lido por indicação. Uma amiga estava indignada, pois procurou esse livro em uma livraria da nossa cidade e não o encontrou. Ela disse cobras e largatos da livraria e eu morro de rir apenas de lembrar a cena. Depois vi uma professora lendo na biblioteca, mas ainda assim nunca tive um contato. Contudo, fiquei curiosa e resolvi ler, então me aventurei, esperando uma leitura complexa e cansativa. E fui surpreendida por um autor simples, mas sofisticado e uma história muito dinâmica e intrigante. Então, olhos à leitura.

     Cem anos de solidão, de Gabriel García Márquez, nos põe a par da história de uma família, os Buendía, na qual eu me tornei íntima nessa semana. Eles são solitários, porém loucos! Ô família que me divertiu e assustou ao mesmo tempo, viu? Os patriarcas da família fundaram a pequena cidade de Macondo, que viu de tudo um pouco. O livro nos traz a história de um pouquinho de cada pessoa daquela família, num período de cem anos.   
     García Márquez trabalhou com excelência nessa obra, que ao mesmo tempo que nos entretém, nos faz refletir sobre o ser humano e sua essência. Nós corremos atrás de tanta coisa na vida, buscamos com unhas e dentes os nossos objetivos e nos cansamos na labuta diária, mas, e no final? O que fica? A ESSÊNCIA. Engraçado, como só agora, escrevendo essa resenha, me veio à mente a semelhança com o livro do cânon bíblico, o Eclesiastes. De uma maneira muito sutil, García Márquez nos faz perceber que tudo é um "correr atrás do vento". É lógico que devemos sim buscar os nossos sonhos e batalhar por aquilo que achamos certo, mas é errado se gastar por inteiro nessa jornada quase insana que é a vida. Creio que devemos nos preocupar com o que realmente somos, não o que nós temos. Que coisa piegas e batida! Mas é a verdade meu caro leitor. Nos preocupamos tanto em ter, ter, ter, que acabamos por nos esquecer do que estamos nos tornando. E a essência? De acordo com o dicionário eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa um dos significados de essência é: "aquilo que é o mais básico, o mais central, a mais importante característica de um ser ou de algo". Qual é a sua característica mais importante? Será que você está perdendo-a? A troco de quê?
     Gostei realmente do livro, e apesar de me perguntar: "Por que eu demorei tanto a lê-lo?", eu tenho a convicção de que o momento da leitura foi propício, e provavelmente o será futuramente, pois nunca lemos o mesmo livro duas vezes, as novas experiências são adquiridas e com elas vem um novo olhar sobre as coisas, principalmente sobre a literatura. 
     Indico o livro, tanto para uma leitura relaxante quanto para uma leitura reflexiva, pois mesmo inconscientemente você fará os dois. Gabriel García Márquez, o meu muitíssimo obrigada por esse achado da literatura mundia, você foi presenteado com um dom e soube usá-lo de maneira louvável! Os meus sinceros agradecimentos!



domingo, 18 de novembro de 2012

Resenha | O velho e o mar


"- Gostaria de ter uma pedra para afiar a faca - disse o velho depois de examinar os nós da ponta do remo. - Devia ter trazido uma pedra, "Sim, você devia ter trazido muitas coisas", pensou. "Mas não as trouxe, velho. Agora não é o momento de pensar naquilo que você não tem. Pense antes no que pode fazer com aquilo que tem.""

  Quanto tempo! Saudades de escrever no blog, então, para recompensar, volto com um clássico ganhador do Prêmio Nobel da Literatura em 1954: O velho e o mar de Ernest Hemingway. 
 Comecei a lê-lo por mera curiosidade devido ao meu professor de Teoria da Literatura. Ele comentou sobre o livro em sala, nos colocou no contexto, mas não contou o desfecho. Aproveitei essas férias, com cara de recesso, e coloquei minha leitura em dia. Bom, chega de conversa, vamos à resenha.
 O livro narra a história de um velho pescador chamado Santiago, que, após vários dias sem nada conseguir pescar, resolve se aventurar no largo mar e tentar pescar algo grande, que traga para ele, além do dinheiro, sua reputação de excelente pescador.
A partir do momento que a linha é puxada a história vai se desenrolando na luta de Santiago com um peixe espadarte de tamanho descomunal, de quase 500 quilos. O pescador tem que investir toda a sua força física e acima de tudo espiritual nessa luta que se estende por dias, até que apenas um sai vencedor: ou o velho, ou o peixe.
Santiago está em um lugar onde se sente habituado: o mar. Ali é seu lar, tanto é que ele trata os animais marinhos como seus irmãos. Ele não demonstra, em momento algum, ódio pelo peixe, muito pelo contrário, demonstra um amor muito grande, em suas palavras, mas sabe que precisa matá-lo. Achei esse traço do personagem muitíssimo interessante, e tocou-me muito.
O livro não é emocionante ou agitado. Ele é monótono. Como o mar. Mas, conseguimos de uma maneira muito intrigante penetrar no consciente de Santiago e “sentir” a situação na pele. Sentimos-nos sozinhos, como Santiago, e é curioso pensar que em algum ponto da vida teremos (se é que já não temos) as mesmas indagações que ele e nos perguntaremos: será que eu não fui longe demais?