domingo, 18 de novembro de 2012

Resenha | O velho e o mar


"- Gostaria de ter uma pedra para afiar a faca - disse o velho depois de examinar os nós da ponta do remo. - Devia ter trazido uma pedra, "Sim, você devia ter trazido muitas coisas", pensou. "Mas não as trouxe, velho. Agora não é o momento de pensar naquilo que você não tem. Pense antes no que pode fazer com aquilo que tem.""

  Quanto tempo! Saudades de escrever no blog, então, para recompensar, volto com um clássico ganhador do Prêmio Nobel da Literatura em 1954: O velho e o mar de Ernest Hemingway. 
 Comecei a lê-lo por mera curiosidade devido ao meu professor de Teoria da Literatura. Ele comentou sobre o livro em sala, nos colocou no contexto, mas não contou o desfecho. Aproveitei essas férias, com cara de recesso, e coloquei minha leitura em dia. Bom, chega de conversa, vamos à resenha.
 O livro narra a história de um velho pescador chamado Santiago, que, após vários dias sem nada conseguir pescar, resolve se aventurar no largo mar e tentar pescar algo grande, que traga para ele, além do dinheiro, sua reputação de excelente pescador.
A partir do momento que a linha é puxada a história vai se desenrolando na luta de Santiago com um peixe espadarte de tamanho descomunal, de quase 500 quilos. O pescador tem que investir toda a sua força física e acima de tudo espiritual nessa luta que se estende por dias, até que apenas um sai vencedor: ou o velho, ou o peixe.
Santiago está em um lugar onde se sente habituado: o mar. Ali é seu lar, tanto é que ele trata os animais marinhos como seus irmãos. Ele não demonstra, em momento algum, ódio pelo peixe, muito pelo contrário, demonstra um amor muito grande, em suas palavras, mas sabe que precisa matá-lo. Achei esse traço do personagem muitíssimo interessante, e tocou-me muito.
O livro não é emocionante ou agitado. Ele é monótono. Como o mar. Mas, conseguimos de uma maneira muito intrigante penetrar no consciente de Santiago e “sentir” a situação na pele. Sentimos-nos sozinhos, como Santiago, e é curioso pensar que em algum ponto da vida teremos (se é que já não temos) as mesmas indagações que ele e nos perguntaremos: será que eu não fui longe demais? 

  

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