Hoje eu trouxe um texto muito
interessante que eu "sem querer" achei no computador dos meus avós
(sim, eles têm um computador). Esse texto eu escrevi no dia 12 de outubro de
2011, foi justamente na semana que eu tirei para relaxar antes da prova do
ENEM. Fiquei uma semana inteira sem internet e sem contato com a matéria da
prova, então resolvi escrever um pouco sobre alguma coisa que me chamasse a
atenção. Eis que eu comecei, e segue um dos textos que eu escrevi e nem
lembrava que havia escrito:
"Ler...
minha paixão. Acho que é uma das únicas coisas que faço realmente bem. Não
tenho vocação com números e não me dou bem quando aprofundo em quase nada.
Comecei com os desenhos, mas, acabou ficando chato. Depois resolvi tentar com o
violão, mas, arranjos musicais não eram pra mim. Então, mudamos de cidade, ou
melhor, voltamos para aquele lugar onde morávamos. Detestava aquilo, odiava
mesmo. Lugar atrasado, justo quando eu começava a me dar bem com a escola,
adorava os professores e eles me adoravam, a recíproca é tão linda... Mas, a
realidade não teve pena de mim. Fui jogada em uma escola que sempre detestei,
com professores que sempre me odiaram, (acho que porque eu não tinha o pedigree
no sobrenome) onde eu era apenas mais uma por ali. Durante o primeiro mês foi
tudo horrível mesmo.
Só que as
coisas começavam a mudar lentamente, por que antes a menina dos meus olhos era
a matemática, adorava os números e as operações, eu simplesmente amava aquele
universo, mas, quando você tem uma professora que não sabe te ensinar e que só
complica a sua vida, bom, aí as coisas não parecem ser boas de verdade. Você
começa a enxergar que aprendeu tudo de maneira superficial. Porém, me tiraram
uma coisa muito importante, mas me deram outra em troca: AS LETRAS. Nunca fui fã
de carteirinha de português, eu até simpatizava, mas só nos livros mesmo, nas
histórias, porque nenhum professor de português se importava muito com a
leitura, pelo menos até aquele dia. Ela, a professora que eu detestava no
início da terceira série, ressurgiu das cinzas da minha memória. Logo pensei
que iria começar o martírio todo de novo. Mas, daí a surpresa: ela estava
totalmente mudada! Algo tinha acontecido na vida daquela mulher e finalmente eu
seria agraciada com o poder das palavras. Parece até aquelas histórias de
milagres, se bem que foi assim mesmo porque foi das aulas dela que eu extraí a
essência linda e doce do português, das palavras, da arte de emocionar com as
letras.
Ela trouxe pro meu mundo uma
maneira boa de estudar português: lendo. Aaaah, era justamente o que eu mais
queria: ler, ler e ler. Claro que tinha a gramática, mas com ela ficava mais
fácil, mais suave e menos cruel. A gramática era apenas um adicional que servia
só pra me ajudar. Com o passar do tempo nos tornamos ávidas amigas leitoras, eu
passei a emprestar livros a ela, e conversar sobre livros com ela. Recebi vária
recomendações literárias que continham histórias que estão dentro de mim até
hoje, histórias que me marcaram e emocionaram. E, a luz veio de onde eu menos
esperava."
Nenhum comentário:
Postar um comentário